terça-feira, 16 de junho de 2009

O Clube do Imperador e a ética do Professor

Já fazia algum tempo que eu havia assistido o filme "O Clube do Imperador", mas só realizei a atividade agora, e enquanto estava assistindo o filme e mesmo realizando a atividade, pensei em uma situação vivenciada por mim, no final do ano passado e este ano também.
Em 2008, com um 3º ano tive um aluno disléxico( em 5º grau, se é que existe isso!), ele já veio para mim, por sugestão da professora do 2º ano, pois ele foi promovido, lia sílabas bem simples, mas ela junto com a super e a orientadora conversaram comigo, como sou calma, elas sugeriram que eu poderia continuar o trabalho com ele.
Pois bem, o aluno conseguiu se alfabetizar durante o ano ( claro com a ajuda da família), mas tenho consciência que eu ajudei, cumpri com meu dever, e claro fiquei ligada afetivamente com o aluno, a mãe.
Quando chegou a hora de escolher as turmas para 2009, eu escolhi um 3º ano novamente, mas quando cheguei em casa, naquele mesmo dia, me lembrei do aluno, e conclui que meu aluno ainda não havia acabado, pois ele não estava preparado para um 4º ano, mas havia progredido muito em relação ao início do ano. O que fazer?
Refleti, e resolvi continuar com a mesma turma em 2009( sendo que eu ia trocar de turno, ia para a manhã, pois na minha cidade é mais fácil conseguir desdobramento à tarde, e minha filha estava nesta turma, então significa que eu seria sua professora mais uma vez, não é muito fácil, mas enfrentei a situação). Pensei também,na professora que ele teria em 2009 se fosse promovido, é uma ótima professora,mas tem outros métodos; sinceramente ele perderia muito. Então continuo com a mesma turma este ano, e confesso que foi em função do aluno, pois bem,ele continua progredindo, lê textos, sabe diminuir, somar, multiplicar; claro que em muitas atividades eu tenho que adaptar para ele, e em avaliações também, às vezes da forma que está pedindo na atividade, ele não consegue realizar; às vezes fico pensando como será no final do ano, pois este aluno necessita de acompanhamento da professora sempre, precisa de paciência!
Penso que minha decisão influenciou a vida do aluno bem como as expectativas de sua família, visto que ele já vinha de algumas reprovações.
A realidade é que eu também tomei minha decisão, levada pelo coração, mas não me arrependo! Se o que eu fiz, vai influenciar positivamente na vida do aluno, então valeu a pena.